Entre as diversas possibilidades de manifestações artísticas, o edital admite projetos de dança, apresentações musicais (canto, instrumental, eletrônico e DJs), performances (cênicas e multimídia) e intervenções de artes visuais (pintura, desenho, vídeo, fotografia, esculturas, colagem e grafite).
Pessoas físicas ou jurídicas de caráter artístico-cultural poderão candidatar trabalhos relacionados à cultura de matrizes africanas, direcionados ao público adulto ou infantil. A inscrição é presencial ou por meio de procuração e consiste na entrega de dois envelopes: o primeiro deverá conter toda a documentação exigida no edital e o segundo, a proposta de apresentação, acompanhada dos anexos também exigidos no edital.
Para a realização desta edição, a curadoria do projeto e a sociedade civil debateram diretrizes para inovar o festival em Belo Horizonte. Os encontros, que começaram em janeiro, tiveram o objetivo de levantar ideias, propostas e reflexões expostas por mestres de capoeira, músicos, dançarinos, artistas plásticos e representantes das religiões de matriz africana.
Para Gil Amâncio, que integra a comissão organizadora ao lado de Celina Albano, Ricardo Aleixo, Ibrahima Gaye e Leda Martins, essa colaboração teve o objetivo de deixar o evento ainda mais completo. “Grande parte do que veremos no festival é fruto desses encontros. Tivemos ótimas sugestões e algumas parcerias interessantes foram estabelecidas. Foi um período de trabalho bastante enriquecedor”, lembra o músico.
Com o tema “Territórios Móveis” escolhido para conduzir essa edição, o festival ressalta o valor político e cultural de um percurso simbólico fundamental para o entendimento da experiência africana e afro-diaspórica: o que se inicia no corpo, ocupa o espaço amplo, expande-se para a casa, lugar das alianças afetivas, e transborda para a rua.
Seleção
A seleção se dará em duas etapas distintas. A primeira é a fase eliminatória, que consiste na abertura do envelope de documentação e conferência destes documentos. A segunda etapa é de classificação, quando as propostas são avaliadas e pontuadas pelos membros da Comissão de Seleção, a partir da análise dos documentos contidos no segundo envelope, o de proposta. Os critérios levam em conta a qualidade artística e a viabilidade técnica-financeira, a clareza e a adequação da proposta escrita, assim como a relevância do projeto.
A relação das propostas habilitadas e inabilitadas será publicada no site da Fundação Municipal de Cultura (www.pbh.gov.br/cultura) no dia 5 de abril. Caso a proposta tenha sido inabilitada, os responsáveis podem recorrer a decisão no prazo de três dias corridos, contados a partir da publicação do resultado da 1ª etapa de seleção. O recurso deverá ser dirigido à Comissão de Seleção, que analisará o pedido, decidindo em caráter definitivo.
História
A primeira edição do evento foi em 1995, no tricentenário de Zumbi dos Palmares, em Belo Horizonte, capital do segundo maior estado brasileiro em densidade populacional negra. Desde o início, o FAN foi produzido pela Fundação Municipal de Cultura e surgiu por iniciativa do músico Gil Amâncio.
O projeto não se restringe a shows e inclui dimensões literárias, sociais e políticas. No nível coletivo, as ações do FAN expressam a construção de um comportamento social e demonstram um processo de criação e recriação do exercício da cultura negra ao longo dos anos.
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